sexta-feira, 25 de maio de 2007

em tempo diferente.

Quando menina, ligava pontos. Lápis colorido nas mãos, olhos brilhando e atentos para ver urso nascer, flor desabrochar, joaninha voar, coração bater. Na verdade, menina ela, não se contentava em apenas ver, queria sentir, principalmente o coração bater. E batia. Batia com graça. Tudo era motivo de graça.
Ainda menina, liga pontos. O lápis colorido continua nas mãos, os olhos seguem brilhando para ver alguma imagem aparecer. O coração teima em bater. Ela, teima em sentir.
Triste ela, desfolhando ela, encolhida ela.
Quanto mais pontos liga, mais nós, teias e vazios vão aparecendo. E o coração bate. Bate. Bate sem graça. Sente. Sente que precisa de novas sementes.
O que fora motivo de graça, desmantelou-se, ganhou prefixo: des e, virou... desgraça. Sem graça, com a graça das cores que, ainda moram nela.

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