quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

desabafo.

Às vezes, acho que guardo coisas demais dentro de mim. Escrevendo, consigo juntar poucas coisinhas. Mas na hora de falar, eu não sei. As palavras fogem. Não enxergo nada nítido. Isso acontece numa discussão ou quando estou pensando um pouco sobre a matéria vida. Ultimamente tenho pensado muito. Não passo por um momento bom. Aliás, faz um ano e meio que minha vida desandou. Ou eu desandei. Ou desandamos. Eu e minha tristeza desandamos. Passei por momentos muito difíceis. Muito mesmo. Tive uma anorexia terrível. Lutei contra todo o tipo de comida que colocavam na minha frente. Tenho vergonha disso. Eu achava que poderia ser auto-suficiente. Aliás, ainda acho. Hoje, não em relação a alimentação, mas em relação as pessoas. Me afastei de todos. Todos mesmo. Há um ano e meio, não saio da minha casa para ver gente, trocar olhares, palavras, gestos, abraçar, beijar, viver. Não é por querer. Algo mais forte do que eu, faz com que eu aja dessa maneira. Eu me sinto sozinha. A solidão dói. Muito. Mas não me dou uma alternativa. Vou tornando as coisas tão difíceis. Cada dia mais. Sinto que desperdiço vida. Sou uma espectadora da minha própria vida. Tudo fica tão confuso que, até o que era fácil, se torna impossível. O que era claro, se torna escuro. O que era amor se torna nada. E tudo fica muito intenso. Muito mesmo. Cada palavra que me falam tem um peso enorme. Está tudo muito latente. A flor da pele. Deculpem a confusão. Mas desabafos, normalmente são assim, sem uma linha clara de raciocínio.
[ suspiros ]

10 comentários:

c. disse...

Ô, Lia, tenha vergonha da sua aneroxia não. Muita coragem tua assumir assim. Eu nunca tive coragem de falar abertamente sobre os meus problemas no blog e ajuda tanto quando a gente lê que alguém passa pela mesma dor (ou algo semelhante). Diminui a sensação de solidão. Eu passei por coisas horríveis nos últimos anos e me isolei também, mas uma hora a gente encontra força pra voltar pra rua e falar com as pessoas (e. sobretudo, aprendi a lidar com tudo que vem junto com a convivência). Respeite o seu tempo e suas dores, mas uma hora não é que passe, mas as coisas se acomodam e a gente encontra portas. As certas. :)
Beijinhos.

renata carneiro disse...

acho que as vezes a vida confunde a gente pra gente mesmo se desconfundir. acho que assim a gente consegue se conhecer melhor. queria te dar um abraço, logo após o [suspiros]... mas tá looonge. aproveita pra começar a reviravolta vindo me conhecer...
=))

saudades dos seus comentários. esqueceu de mim...
=,(

beijos cheios de amor!!!

Anônimo disse...

Ah, estes momentos de isolamento são pequenos partos. Difíceis. Precisamos escutar nossa própria voz e isso é sempre o mais difícil, daí ficamos nos debatendo no limbo e enchendo cada pedaço de parede de porquês. às vezes precisamos nos afastar das pessoas em geral para descobrir quem são aquelas que realmente vale a pena ter por perto. aquelas pessoas que viram nossos grandes amores diários, com quem não temos medo de falar. e são pouquíssimas, mas o fato de existirem já vale uma vida. vc é corajosa em falar de seus problemas, em estar diante deles, enfrentando-os. E isso é raro e bonito. Deve ter orgulho de si mesma. Esse é um começo dolorido, mas o melhor deles. Beijos!

Pipa disse...

Menina Lia tão linda! :)
É sempre bom desabafar e falar tudo que tá apertando o peito da gente. É preciso ter coragem pra fazer isso. Também passei por momentos de isolamento nos últimos dois anos, pode-se dizer, e entendo. Também me afastei das pessoas, das coisas, acho que até de mim. Acho que todo mundo precisa de um tempo para enfrentar seus fantasmas, sabe? E as coisas vão se acomodando sim, pode ter certeza. A gente precisa ter esperança de que tudo vai ficar bem. Porque eu sei que vai. Pra mim e pra você.
um beijo bem grande em seu coração. E obrigada por dividir seus pensamentos e sentimentos com a gente. Se precisar de qualquer coisa, tem um abraço aqui esperando por você ;)

Carolina disse...

Liazinha, a vida dá umas coisas pra gente que são dificeis de aceitar e entender. Eu tive uma crise de estresse no fim de 2006, acompanhada de ataques de pânico, que vez por outra ainda me assombram, e apesar de alguns dias serem piores que outros, tento seguir em frente.
Torço sinceramente para que você também consiga superar tudo isso querida Lia. E desabafar é sempre bom!
Se quiser conversar é só chamar, ok? acpcard@bol.com.br (msn/ e mail)
Beijo imenso
:)

Morganna disse...

Hey, Lia. Vem passear aqui em Fortaleza. Passar uma temporada na Cidade Solar, jogando conversa fora, conhecendo gente. Fica aqui em casa! :D
Eu também já me afastei, já juntei e me afastei de novo das pessoas. Esses rodopios todos que a vida têm, cansa, sabe? Eu nem sem que palavras colocar aqui, esses ultimos dois dias foram sufocantes. A ausência de pessoas, coisas. Dói, né?! Se precisar, grita lia, comentários também servem. :] Esperancices, Dona Lia! Dias mais coloridos e bonitos pra você, menina linda.
Um beijo e abraço bem forte. :**

Lia disse...

Own, meninas lindas.

C. agradecida pelas palavrinhas que confortam e acalmam o coração. quero encontrar as portas e as janelas abertas para a sorte entrar. ai, o incomodo se acomoda e, vamos dançando conforme a música, sem medo de perder o ritmo :)

Renata. senti o abraço cheinho de suspiros. Foi daqueles tão apertados que tiram um pouquinho da dor ;) esquecer de você, não esqueço nunquinha, viu?

Dai. pequenos partos foi uma metáfora linda para o momento em que a beleza se esconde. descobrir as pessoas, é a parte mais difícil...porque, de repente temos uma surpresa ruim e o castelinho de areia desmorona, num sopro. agardecida pela visita!

Pipa menina minha. que voa e pousa aqui ;) suas palavrinhas me trazem esperança, e fazem muito bem. acho que nesses momentos de isolamento que florescemos. dói porque a alegria existe, né? tomara. queria voar por ai.

Carol. coisinha fofa. forte, nós somos. basta irmos pulando os obstáculos e, de casinha em casinha, encontraremos um lugar bem bonito, para respirarmos em paz. agradecida, por acreditar na minha força, nesse momento. muito mesmo :)

Morganna. voltei da sua cidade tem um mês, viu? pena que não soubemos disso antes, né? a gente teria passado dias bonitos juntas ;) gostei das esperancices. e, não vejo a hora dos rodopios serem coloridos e cheinhos de alegria.

Todas são muiot queridas.
Acalantaram diaszinhos bem difíceis. Dou um beijo apertado e um abraço cheinho de amor em cada uma de vocês!

*=

outrosonhos disse...

silêncio

(L)

Anônimo disse...

volta e meia também me sinto espectadora de mim mesma, e é sempre quando me dou conta de que não há mais tanto tempo pra ficar só vendo a vida passar. às vezes vou junto, mas às vezes não é sempre. entendo cada palavra sua, provavemente não pelos mesmo motivos, mas a forma de sentir, o intenso das coisas e a dor que causa. força pra tu. :o)

Briza disse...

pequena,
carece se preocupar não. tem tempos em que a gente é pra fora, pro mundo. noutros, pra dentro... eu tô nessa mesminha fase. a diferença é que agora não me preocupo tanto com isso, sei que é normal, sei que acontece e passa. aproveita pra se observar, pra te saber melhor. e aparece quando for a hora, pra quem quiser olhar, sabe? sossega teu coração. tu não tá sozinha.